Alguém sabe onde e em que especialidade se pode fazer o equilibrio dinamico de um veio de transmissão?
O meu, além da idade que tem, vai levar cardans novos e ser pintado ou revestido (também aceito sugestões), de maneira que gostava de o equilibrar, para melhorar o rendimento, evitar vibrações e experiencias desagradaveis.
Normalmente em termos de preparação para competição, o que costumavamos fazer era enviar os veios de transmissão para um (bom) torneiro mecânico, para que este o equilibrasse.
Quanto a pinturas ou revestimentos, aconselho vivamente a pintura, porque é a mais leve e fina proteção que poderás dar ao veio, e a que menos te desiquilibrará o mesmo.
Aconselho-te ainda a meteres os cardans antes de mandares equilibrar o veio.
Além do equilíbrio é muito importante que te certifiques que o mesmo não tem empenos!
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Bem, sei que na construção naval se faz o ED às linhas de veios com hélice, pois são em geral muito compridas.
Se existe empeno ou não uniformidade de massas, como resultado aparecam as vibrações torsionais que pode levar à roptura/colapso do veio e das suas chumaceiras.
Os estaleiros navais fazem esse trabalho, mas isso sair-te-á excessivamente caro.
No ramo automóvel não sei se há alguma empresa que tenha meios para o fazer, mas posso dar uma pista a tentar que é a JOCA em Prior Velho.
Há suspeitas de empeno no veio ou do alinhamento do veio?
Normalmente os veios são já fornecidos com equilibrio estático e não trazem problema quando montados.
Qual é o teu problema concretamente? Não seria mais barato fazer um veio novo se tens suspeitas?
O empeno do veio pode ser medido num torno com uma distância entre pontos apropriada.
Quote:
Não seria mais barato fazer um veio novo se tens suspeitas?
Roger, creio que ficaria excessivamente caro!
Quanto a locais onde possas fazer isso, existem uma série de torneiros a trabalhar bem na zona do Grande Porto, no entanto, estou em crer que costuma andar invisivelmente por aqui um membro que é proprietário (ou sócio) de uma casa dessa especialidade.
Fala com o RViper que ele dá-te mais pormenores em concreto.
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Os torneiros normalmente fazem é mais um equilíbrio estático e não um verdadeiro equilíbio dinâmico, por falta de meios e de aparelhos de medida - é um mais ou menos.
É preciso ter muita atenção às rotações a que o veio propulsor irá rodar (RPM) quando instalado no seu local de funcionamento.
Claro que o custo de tornear um veio propulsor está dependente da sua configuração, se tem estrias etc, mas é sempre possível e não é difícil.
Claro que esta hipótese só se coloca quando é, de todo em todo, impossível adquirir um novo ou usado mas que dê garantias de estar bom.
O desempeno de um veio também é possível, por calor aqui, pancada ali etc. mas eu sinceramente desconfio sempre disso, por uma mera cautela.
Digamos de passagem que nunca tive esse problema entre mãos - felizmente.
Outra opção que julgo que se coloca nesta questão do Woddy, e pressupondo que o carro em causa seja o AE86, existem á venda veios de transmissão aligeirados e equilibrados. Lógicamente que será uma questão de €€€€ !!!
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Isso já seria mais que a encomenda.
Tal como prefiro um revestimento plastico á tinta, uma vez que esta nao deve resistir muito tempo ás pedradas e eu dou uma certa prioridade á estetica.
Mais duzentas ou trezentas gramas não me incomodam de todo já que não pretendo competir com ele (disfrutar de uma condução desportiva sim, mas sozinho, sem procurar vitórias).
É realmente para o AE86. E lembrei-me disto porque ando a sentir uma folga exagerada na transmissão.
Imagino que sejam cardans e, ao substitui-los, acho que não perderia nada em equilibrar o veio (ele traz um rectangulo de chapa ou ferro agarrado - imagino que seja o resultado do equilibrio de fábrica).
Isto porque gosto de andar rápido e imagino as consequencias de um veio de transmissão a partir a 80 ou 90 (se pudesse punha uma correntezinha como nos camiões).
Será pelo mesmo motivo que me leva a não me convencer a usar os tubos de travão em teflon com malha de aço, o Factor C
Além de gostar de, quando mexo nas coisas, deixar tudo a 110%.
Edited by: Woody PT at: 2/4/04 21:46
O processo de plastificação consiste no decapar totalmente a peça, que depois é mergulhada numa tina com "bolinhas" de pvc, as quais por aquecimento agarram à peça e fazem a plastificação.
Este processo, não garante de forma alguma, a uniformidade da espessura da película do revestimento, donde não se tratam das 200 gramas adicionais, mas sim da falta de uniformidade da distribuição desse peso ao longo do veio.
Massas excêntricas, por mais pequenas que sejam, a 4.000 ou 6.000 rpm é obra, podem crer.
Por mim opto, sem qualquer margem para dúvidas, por uma boa pintura, com uma película de poucos microns de espessura.
Por outro lado a protecção por plastificação não é assim tão eficiente como se pode pensar à partida, quer em relação aos toques de pedras, quer no que concerne ao esconder a detrioração do veio - quando derem por isso o revestimento (plastificação) já sai às camadas (tipo casca de banana).
Pois... Também era essa a minha dúvida
E a pintura, a ser correcta deveria ser por electro-deposição.
Isto porque a calibragem teria que ser feita obrigatoriamente antes da pintura (por levar pesos colados), mas nesse caso a pintura irá alterar o equilibrio.
Talvez galvanização?
O que me sugerem?
Procuro equilibrio para rentabilizar a dinamica mas sem descurar a protecção ao tempo e a estética.
Galvanização é por imersão ou por projecção?
Em qualquer do processos tens sempre uma falta de garantia da uniformidade na espessura do revestimento superficial.
Por outro lado a galvanização é um revestimento mais espesso que a pintura.
Por mim optava seguramante por uma boa pintura no veio e cardans, depois do conjunto todo calibrado.
Estamos a falar numa espessura de microns que pode não estar 100% uniforme.
Diz-me qual a potência adicional que achas que vás obter com esses pormenores e achas que vais notar o motor mais redondo? Duvido mesmo muito.
Já sabes o custo desses trabalhos e da logística necessária (deslocações, tempos etc.) versus os resultados finais que esperas vir a obter (se obtiveres)?
É a análise custo-benefício e destes só o primeiro é que é bastante certo.
Repara que eu não espero ganhar potencia nem nada que se pareça (nem procuro isso). Apenas reduzir o stress na caixa e diferencial ao minimizar as vibrações.
Por outro lado (pode ser pancada minha), reduzir as probabilidades de partir o veio (muito pouco provavel) ou um cardan em andamento.
É um cenario que me aterroriza, e é essa a principal razão, no final de contas.
O revestimento será mesmo para protecção e por vaidade.
Bem não sei se aqui há lugar para AJA's vaidosos ......
Quanto á ruptura do veio ou dos cardans, o projectista calculou e dimensionou o conjunto de acordo com os esforços a que estarão sujeitos numa utilização normal, acrescido de um coeficiente de segurança.
Os japoneses não serão diferentes dos demais.
Pelo menos temos de partir desse princípio, caso contrário teriamos antes de andar de carro, de avião, de comboio, de navio, calcular sempre tudo para ver se estava tudo certinho e mais que uma vez não fosse o
tecer.
Também não se poderia sair à rua sem calcular os edifícios, o pavimento, os esforços das condutas de água, esgotos, a rede eléctrica etc etc.
Pronto agora está mesmo lançado o terror e neste caso não foi o tal BIN
o do turbante e das barbas.
Óh pá se queres ser vaidoso faz favor, mas essa do "stress" não passa, pelo menos o da caixa e do diferencial (o outro não sei...), senão de uma desculpa em que tentas justificar-te a ti próprio......
Eu depois eu é que sou radical e purista....
Esta é a minha opinião.
Roger, eu compreendo o "stress" a que o Woody se refere. É que o veio depois de equilibrado e com cardans novos, fica sem vibrações nenhumas, e provavelmente o que ele sente no AE neste momento é uma vibração, também ela devida em grande parte á folga dos cardans (que ele substituirá em breve), mas pode não ser só isso...
Quanto ai vaidade que poderás acrescentar ao teu AE... já pensaste em polir o veio?
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Quando existe folga ouvimos cantar quando há alteração de rpm no sistema propulsor.
Desculpem a minha ignorância o AE é RWD ou FWD?
RWD por excelência!
Depois dessa tua pergunta não sei se os fans fervorosos dos AE's não te vão "crucifixar"....
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Que pena! mas para mim, está de facto "out" das folhas do meu calendário.....
mais lenha para a fogueira
O AE86 tornou-se de facto um carro "mitico" mas apenas para três tipos de pessoas:
- Quem os teve ou tem.
-Quem passou pela adolescencia com a "febre" dos carros em meados dos 80s (o meu caso).
Todos se lembram do "Twin Cam", um Coupé baixinho (para a época), o primeiro carro a ver-se em Portugal com spoiler de sére (acessorio de competição, na altura), com uns autocolantes atrás a dizerem "GT Twin Cam 16" e velocimetro a indicar 240Km/h.
Isso impressionou muitos putos, que paravam de cada vez que viam um (sendo eu um deles).
- Quem frequenta forums da web dedicados a carros (desenvolveu-se um culto enorme recentemente).
É simplesmente um carro excelente e hiper divertido para o preço, e para a época, nada mais. Não é nada do outro mundo.
Eu sou fan fervoroso do meu AE86 em particular.
Se ainda tivesse o meu Escort não sei se trocaria.
Nuno, polir julgo estar fora de questão por causa da oxidação. Algum revestimento teria que levar sempre (daí eu pensar em pintar. Envernizar terá sempre o problema referido da falta de uniformidade, com o consequente desiquilibrio).
Eu levantei esta questão por recentemente, em conversa, ter falado da situação em que o veio de transmissão se parta em andamento (implica a completa destruição do carro, fora os ocupantes).
Por esse motivo, muitos camiões levam uma corrente em redor do veio - se partir não cai á estrada.
Fui ficando a magicar nisso e veio o pânico.
Entretanto fui sentindo mais forte a folga que normalmente existe na transmissão (ao tirar o pé ou ao carregar depois de andar "á vela", sente-se uma folga, mas isso em qualquer RWD).
Recentemente (até pode ser por sugestão), reparo que ao desacelerar, mantendo o carro embraiado, ele perde velocidade "aos soluços", o que me está a deixar deveras preocupado (pode até ser da caixa, que está uma miséria).
Em aceleração não se sente puto.
Concordo contigo quanto ao mito do AE 86, não sendo nada do outro mundo é fantástico para curtir.
Relativamente ao pânico que possas sentir, devido á eventualidade da quebra do veio, acho que não tem muita razão de ser. Se controlares o estado do veio de transmissão com regularidade, se lhe fizeres a manutenção/lubrificação normal, acho que tens aí material para o resto da vida...
Já agora, e se me permites, deixo-te aqui um conselho. Muda os cardans (cruzetas de transmissão) e volta a montar no carro sem mais alterações. Tenta aperceberes-te das diferenças que isso implicou, depois, se for caso disso, fazes o resto.
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Edited by: nunoturbo at: 7/4/04 14:59
... que já me sucedeu desapertar o veio entre a caixa e o diferencial que passa mesmo ao lado da minha perninha num tunel de chapa de tipo flandres.
Resultado, parar rapidamente e tentar perceber o que se passou. Nada mais grave que a base do banco em madeira partida, tunel de chapa para o bate chapa e pintura e ainda refazer o banco e colocar "off the original" uma contraporca em cada um dos 4 parafusos.
Então mais uns euros à frente (nessa altura eram contitos) e pronto para as voltas.....
Quote:
Entretanto fui sentindo mais forte a folga que normalmente existe na transmissão (ao tirar o pé ou ao carregar depois de andar "á vela", sente-se uma folga, mas isso em qualquer RWD).
Normalmente não existe folga nenhuma na transmissão dos RWD quer nos actuais quer no velhotes - eu tenho dois exemplos disso lá em casa.
Por acaso sentes uma pancada metálica quando arrancas ou desaceleras bruscamente?
Se sim pode então ser diferencial, o contacto do pinhão de ataque com a roda de croa. Aí tens de ir ao "dentista" tratar dos "dentes" e pensa em ver os rolamentos que são sempre carotes.
Primeiro faz o que o Nuno te disse: desmonta tudo, muda cardans+cruzetas e vê o eventual empeno no veio, monta tudo, vê o alinhamento e dá uma volta.
Aí já deves estar com o problema resolvido. Depois então desmonta e aplica as tuas vaidades que quizeres e podes calibrar o conjunto.
Aconselho a não reduzir o diâmetro do veio, esses aligeiramentos rapam com o coeficiente de segurança do cálculo da transmissão e conduzem, ou melhor, podem conduzir a gastos e a problemas futuros.
Depois é só
Reduzir o diametro do veio???
Nem pensar.
Além de acreditar nos calculos dos engenheiros que projectaram o carro, como já disse não pretendo competir com ele. Não tenho qualquer interesse no que iria ganhar com isso.
Quanto a desmontar, verificar, montar e depois colocar como deve ser, pra mim é complicado.
Por não ter garagem, uma intervenção dessas terei que "mandar" fazer.
Como normalmente ando sempre em cima da intervenção, quando entrego o carro numa oficina, tenho que ter a certeza daquilo que quero, daí as minhas questões.
Eu não ouço a pancada metalica, mas sinto sempre uma ligeira folga ao tirar e ao carregar (principalmente) no acelerador, especialmente em baixas velocidades (tipo fila de transito, em primeira).
Mas sempre senti isso em todos os RWDs que tive
Mas o meu medo é justamente esse:
O partir ou soltar do veio.
Não me passa ao lado das pernas pois aí ainda é a caixa (no meu), mas basta bater no chão, que a 80Km/h já deve dar para um "salto com vara" valente.
É essa imagem que me assusta...
Quote:
É essa imagem que me assusta...
Woody... sem dramatismos, é certo que seria uma situação de muito perigo, mas quantos casos desses é que conheces?
Quanto á montagem e desmontagem do veio acho que essa é daquelas operações que se pode fazer até na rua, o mesmo já não se pode dizer quanto á substituição dos cardans/cruzetas...
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Bem...
Por acaso nenhum, mas também não gostaria de conhecer o meu.
Basta ter consciencia que é possível para não me conformar enquanto não fizer nada (eu sou mesmo cagarolas, há 15 anos que trabalho com electricidade e electronica e não troco uma lampâda sem desligar o quadro nem mexo num cinescopio sem o descarregar - sou gozado pelo exagero :o).
Também por isso é complicado trabalhar na rua.
Eu não me meto debaixo de um carro só sobre o macaco.
E mesmo em cavaletes, se há um parafuso mais teimoso, faço os possíveis por não estar debaixo dele quando faço força (não imaginas a ginastica e jogos de alavancas que isso implica
).
Uma das formas de incrementares substancialmente a segurança do veio de transmissão é pores umas contra-porcas nos parafusos do veio, se possível freiadas.
Assim, o teu único receio só se poderá prender com uma quebra do veio propriamente dito, o que acho que podes minimizar com inspecções periódicas e manutenção cuidada ao mesmo!
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Bem acho que estando preocupado com a quebra do veio, coisa muito pouco provável que aconteça, estuda a hipótese de fazeres uns suportes que soldados ou aparafusados à carroçaria te garantam que o veio a partir fique retido e não caia e "empine" (penso ser esta a tua preocupação).
No entanto isso é muito pouco provável que aconteça e só terá perigo se partir do lado da frente e ficar sustentado pela parte de trás.
De certeza que te minimizaria os riscos de uma forma substancial!
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Mas isso seria cair no exagero.
Por isso é que eu acho que manter o veio equilibrado já minimiza os riscos de forma substancial.
Era só mesmo essa a minha idéia...
Óh pá queres que te diga que deves e é fundamental fazer a calibragem dinâmica? Ok faz lá a calibragem.
Diverte-te e aprecia a vida sem medos, e enquanto é tempo, pois ela é sempre curta.
Mensagem do purista radical e exagerado......
Ois.
Desculpem a intromissão (não tenho nenhum carro japonês antigo). Mas quanto a equilibrar o veio, existe uma garagem aqui perto (Lourosa) que faz isso de certeza. Os veios dos camiões da empresa onde trabalho vão todos lá. Têm máquina própria, electrónica pelo que ouvi dizer.
Woody, se quiseres a gente pode dar lá uma saltada. Ou falo com um amigo meu para passar por lá e deixar o veio.
Inté,
Paulo
RWD Forever"The only difference between an E21 and drugs is that you can quit drugs"