Olá Pessoal
Aqui vai um artigo sobre o Datsun 240Z de um site brasileiro
"Datsun 240Z
Em 1912 Masujiro Hashimoto fundou no Japão a Kwaishinsha Motor Car Company, para produzir o automóvel DAT -- sigla obtida pelas iniciais dos sobrenomes de homens de sua família, Kenjoro Den, Rokuro Aoyama e Meitaro Takeuchi. Em 1930 o nome passava a Datson e logo Datsun. Mais três anos e a empresa passava a se chamar Nissan Motor Company Ltd., com os carros permanecendo Datsun.
A empresa ingressou em competições em 1958, vencendo o Around Australia Mobilgas Trial. Dois anos depois chegava ao mercado norte-americano, optando pelo nome Datsun pelo temor de que um nome japonês (Nissan) fosse mal recebido, 15 anos após a Segunda Guerra Mundial. Pouco depois nascia a idéia de um carro esporte acessível e de alto desempenho, projeto identificado como Z porque as letras anteriores já haviam sido utilizadas. Além disso, o caractere em japonês que lembra esta letra significa mugen -- ilimitado, infinito no idioma local.
Enquanto o alemão Albrecht Goertz (que desenhou o BMW 507; saiba mais) projetava a carroceria, engenheiros japoneses criavam o motor de seis cilindros em linha, o câmbio de cinco marchas e as suspensões independentes. Em outubro de 1969 começava no Japão a produção do Nissan Fairlady Z -- nos EUA seria Datsun 240Z --, um esportivo pensado para o estilo e as preferências de compradores ocidentais.
Era um cupê de dois lugares, motor dianteiro de 6 cilindros em linha e tração traseira, linhas simples e esportivas. Como o nome sugeria, o motor tinha 2,4 litros, com comando de válvulas no cabeçote, dois carburadores SU, 151 cv brutos de potência e 20 m.kgf de torque. Com pouco mais de uma tonelada, acelerava de 0 a 100 km/h em menos de 8 s e alcançava 200 km/h. Acabamento, qualidade de construção e um comportamento dinâmico neutro e seguro -- graças à suspensão independente McPherson nas quatro rodas -- eram pontos altos.
O preço inicial nos Estados Unidos era de US$ 3.526, mas a aceitação foi tão positiva que, um ano depois, o valor médio de um modelo 1969 usado atingia US$ 4.000. Ainda em 1970, Bob Sharp (apenas homônimo de nosso colaborador) e Pete Brock levavam o 240Z às pistas, em um competição da SCCA. O piloto John Morton vencia o campeonato nacional de Produção C, título que repetiria em 1971. Sharp faria o Z tetracampeão ao conseguir o mesmo nos dois anos seguintes.
Em 1974 o esportivo começava a crescer com a chegada do 260Z, de 2,6 litros e 2+2 lugares. O 240Z havia atingido a marca de 116.712 unidades vendidas em quatro anos. O novo modelo trazia banco traseiro rebatível mas, por causa de novas normas de emissões, a potência diminuía para 139 cv. Mesmo assim foi um sucesso: em apenas um ano de mercado nos EUA, vendeu 63.963 unidades.
O controle da poluição no país levava a Nissan a um novo aumento de cilindrada em 1975, para 2,8 litros, e ao emprego de injeção eletrônica Bosch L-Jetronic, como forma de resgatar a potência original -- ou quase, 149 cv. O carro era agora o 280Z. Nas pistas, Sharp era campeão na categoria IMSA GTU (Grand Touring Under 2.5, ou abaixo de 2,5 litros) e tricampeão na SCCA Produção C. Dois anos depois o 280Z recebia câmbio de cinco marchas com overdrive (saiba mais) e motor de 170 cv. O mercado respondeu bem: com 67.331 unidades vendidas, 1977 foi o melhor ano para o carro até então.
A versão limitada Black Pearl Edition, o único Z disponível em preto até então, finalizava a primeira geração. A segunda nascia em 1979 como 280ZX e ganhava em conforto e sofisticação, para atender ao gosto norte-americano. O motor 6-em-linha de 2,8 litros, com injeção Bosch, rendia 140 cv e 20,6 m.kgf de torque, levando-o a 190 km/h. Havia também um 2-litros para o mercado japonês. Eleito Carro Importado do Ano pela revista Motor Trend, obteve as melhores vendas da história do Z: 86.007 exemplares.
Sucesso nas ruas, sucesso nas pistas: nesse ano a Nissan obtinha o décimo campeonato consecutivo na SCCA Produção C e mais um título na IMSA GTU. Para comemorar o êxito, a série 280ZXR, limitada a 1.000 unidades, era lançada para o público.
Nos anos seguintes o 280ZX ganhou teto targa (com parte removível) como opção, em 1980, e motor com turbocompressor, no ano seguinte. As vendas já haviam superado 500.000 unidades nos EUA e, em 1982, o carro conquistava seu primeiro título na categoria IMSA GTO -- de Over 2.5, acima de 2,5 litros.
No cinqüentenário da Nissan, em 1984, surgia a terceira geração do carro Z: o 300ZX, maior, mais luxuoso e potente, afastando-se ainda mais do conceito original de 1969. O motor V6 de três litros desenvolvia 160 cv, com aspiração natural, e 200 cv com turbo. Com ótimo coeficiente aerodinâmico, 0,31, chegava a 220 km/h. A suspensão traseira era de braço semi-arrastado e havia painel digital.
As vendas atingiam 73.652 unidades e era lançada a série limitada 50th Anniversary Edition em alusão à marca fundada em 1934. O 280ZX permanecia vitorioso nas pistas: 10 recordes na série Trans-Am da SCCA em 1985, com Paul Newman ao volante; outro título na SCCA GT-1, com o mesmo piloto em 1986; e um tricampeonato na GT-1 em 1988 pilotado por Scott Sharp, filho do legendário Bob que vencia com o Datsun.
No final da década de 80, a preferência norte-americana por minivans, picapes e utilitários-esporte e o progressivo abandono dos esportivos -- em parte devido aos custos elevados de seguro -- levaram a Nissan a subir novos degraus com o Z de quarta geração, alcançando um padrão de luxo e desempenho que em nada lembrava o pioneiro 240Z.
O novo 300ZX Twin Turbo, com dois turbocompressores no motor V6 de três litros e 24 válvulas, atingia 280 cv a 6.400 rpm de potência e 39,6 m.kgf a 3.600 rpm de torque, suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 6 s e chegar ao limite eletrônico de 250 km/h. Rivalizava com o Ferrari 328 GTB e tinha trunfos como uma cabine confortável e moderna, estilo muito atraente e sistema de direção também nas rodas traseiras.
Uma versão menos potente, com um V6 aspirado de 230 cv e 27,8 m.kgf, que chegava a 235 km/h, e opções de teto targa e conversível também foram oferecidas, esta última a partir de 1992. Outra revista norte-americana, Car and Driver, manteria o 300ZX por seis anos consecutivos, até 1995, entre seus Ten Best Cars (dez melhores carros). Uma versão de competição venceu em 1994 as provas 24 Horas de Daytona e 12 Horas de Sebring, nos EUA, e ganhou na categoria GTS a mítica 24 Horas de Le Mans, na França
Em 1996, combalido pelo declínio dos esportivos nos Estados Unidos, o 300ZX deixava de ser vendido no país, embora permanecendo em outros mercados. No ano seguinte a Nissan começava estudos de um novo Z para o terceiro milênio, mais próximo do conceito do 240Z original. Ele resultaria em dois carros-conceito, apresentados no Salão de Detroit de 1999".
Um Abraço